Amanhã é o dia! Estou contando as horas. Da Anunciação do Anjo ao momento de agora, já se foram nove meses. Nove meses fazendo-Me pequeno no seio da Virgem, minha Mãe. Molde humano escolhido por meu Pai, para ceder-Me o sangue que correrá em minhas humanas veias. Molde, em forma de útero, que agora é casa de um Alguém que não cabe no Universo. Pai, como Tu és sábio!
Foram algumas semanas sentindo na pele, literalmente, a magnífica manifestação da vida, que explode por meio da dança das minúsculas estruturas celulares que se agrupam e se completam, movidas pela silenciosa canção da Criação. Canção entoada, constantemente, pelos divinos Pulmões.
Foram muitos dias despojando-Me de toda a Ciência, Sabedoria, Onipotência e Glória que Me são naturais. Trago apenas aquilo que todos têm em seu interior e que, infelizmente, tornou-se invisível a Humanidade, devido à ação destruidora do pecado: a Aliança com o Pai. Eu, que Sou a hermenêutica do Criador, faço-Me igual a tantos, para ensinar-lhes quem é o Amor!
Estou ansioso para vivenciar todas as etapas do desenvolvimento humano. Sentirei toda a graça que meu Pai concedeu aos Seus Filhos: a graça de ser criança, de ser jovem, de ser adulto. E sei que não será uma vida fácil, pois venho para sofrer, para apanhar, para chorar. Mas venho, acima de tudo, para amar, para salvar! Eis a minha divina Missão!
Agora, eis o momento! O divino relógio do Pai já marca o dia e a hora! Chegou a plenitude dos tempos! É amanhã! Amanhã, no alvorecer dos corações sofridos, em meio a sublime riqueza da pobreza, meu choro de criança ecoará pelo mundo! Amanhã, no silêncio das grutas-berçário, com o auxílio das humanas mãos do meu pai José, nascerei numa manjedoura!
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