sexta-feira, 4 de maio de 2012

Nada

Tiraste-me do nada, Homem!
Mas para quê?
Estava eu tão satisfeito,
nadando no Infinito.
Tiraste-me e teceste-me usando os fios de tua barba.
Me fizeste homem com “h” minúsculo,
para diferenciar-me de Ti,
que és todo MAIÚSCULO?
Ou será que o minúsculo da inicial foi uma opção minha?
Não sei!
Delírios de maçã!
Por fim, colocaste em mim o sangue vermelho de tua Realeza.
Ah, quanta nobreza!
Mas para quê, Vossa Alteza?
Quisera eu ter consciência do teu consciente,
inconsciente,
subconsciente.
Onipotente!
Mas para quê?
Não há quem tente.
Ficaria doente.
E descontente!
Resta-me o contentamento da explicação catequética,
aprendida no começo do meu ser gente:
Criaste-me amando, amado, amante.
E isso basta.
Me basta!
Chega de “para quês”!
Chega de “nadas”!
O Amor explica tudo.
O Amor é Tudo.

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