domingo, 16 de janeiro de 2011

Pés no chão

Quero ir para o Céu. E quero ir andando, caminhando. Um passo aqui, outro ali. Sem as carreiras desenfreadas do mundo apressado. Com a pressa, o desgaste me alcança. O caminho é longo. Preciso poupar forças.

Sei que a estrada é difícil. Além de íngreme, existem muitos espinhos. Ferpas de uma Cruz que foi arrastada por um Alguém. Alguém que nela padeceu. Terá sido mesmo uma Cruz? Ou terá sido uma Foice? Não é a foice um instrumento mais adequado para se abrir caminhos? Deixo esta pergunta aos teólogos. Há também pedras. Muitas! Algumas sabem até falar. Pedras que cortam, que machucam.

E não vou só. Vou levar Fulano, Sicrano, Beltrano e toda família Ano. Quantos puder levar, se o Dono da Casa permitir. Não gosto de viajar sozinho. Além disso, disseram-me que a Casa é grande. Enorme! Cabe muita gente. Uma Casa muito engraçada, que não tem teto, não tem nada, mas tem Tudo.

Bagagens? Só de mão. Um terço, uma Bíblia. Tudo mais, levo no coração. Ah, esse vai bem cheio!

Não sei quando vou chegar. E quem sabe o ano, o dia, a hora? Apenas Ele que Lá mora. Só sei que na derradeira hora, quero estar com os pés no chão, para dar um grande impulso para o Alto e segurar nas mãos do Pai.

Pra finalizar, aos poetas deixo um recado: chega de Pasárgadas! Vamos embora para o Céu. Lá sou amigo do Rei.

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