quinta-feira, 16 de junho de 2011

Chuva

Acompanho com espanto e admiração a aproximação da massa de nuvens cinzentas, carregada pelo Vento leste que sopra forte e impetuoso.

Escoltada por raios e trovões, a imensa e escura carruagem, num ritmo galopado, toma o Céu de uma ponta a outra, pondo o Sol às suas costas, escondendo-O de toda a humanidade. Pelo menos de toda aquela humanidade que habita a minha rua!

Voando voraz vem o Vento e logo tudo o que é "v" vira "f" fazendo as folhas das figueiras farfalharem com força num fantástico fffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffffff.

O Sol, cocheiro oculto da massa de nuvens, toma o trovão como microfone e solta sua poderosa voz: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição! Provai-O! Despenca então dos Céus o Filho em forma de gotas, derramando-se por completo para lavar da terra todas as nossas sujeiras.

Tomando total consciência do fato e tendo a real compreensão de todas as coisas, corro feliz a minha casa, escancaro a porta da frente e grito: Está chovendo Graça!

Rapidamente, com baldes, tambores, cabaças e outras aparaduras, toda a vizinhança põe-se na rua, pulando, brincando, dançando e fazendo firulas. E a você, que teme as nuvens escuras, deixo a seguinte pergunta: Vamos tomar banho de Chuva?

Um comentário:

  1. Oi, Alexandre!!
    Que Deus derrame muitas chuvas ainda em sua vida. E, enquanto chove, a gente faz poesia...!!
    Saudades de vcs...!!
    Waleska - Tatuí

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