Deitado sobre o colchão de emoções,
ergo os braços aos céus e tento puxar as nuvens como se fossem doces algodões,
prontos para adocicar as infantis aspirações.
Mas não são os algodões que minha alma infante realmente anseia,
e sim a Eterna Doçura
que está por sobre a Celeste areia.
Corro para o carrossel das ilusões e,
nas voltas que ele dá, caio dos belos alazões
desprovidos de arreios e das demais sustentações.
E desviando do restante da manada,
subo a russa montanha
buscando uma visão privilegiada da Santa Morada.
Mas quando atinjo o cume, carros alucinados me lançam ladeira abaixo,
fazendo loucos traçados, deixando-me enjoado,
com a vida de cabeça para baixo.
Vejo então, com olhos de criança,
a gigante roda e animo-me,
pois me faz lembrar a eterna Aliança.
Tomo então assento na referida estrutura
e rapidamente alcanço
as sonhadas Alturas.
Mas com raiva então eu choro
quando a roda roda
e ao solo eu retorno.
E ainda aos prantos,
a dolorida pergunta eu lanço:
Por que o Céu não alcanço?
Eis que surge o Dono do Parque,
com o rosto pintado, nariz de palhaço, em cada mão um buraco
e falando aos bocados:
Querida criança,
não perca a Esperança,
a vida é uma dança!
Tome o meu Braço,
segure o meu Laço,
siga os meus Passos.
E não se apresse.
Pra mim, o tempo não fenece.
Faça sua prece, ajude o que carece, ame o que não merece.
Assim, verás o Céu que não escurece,
o Parque que ninguém esquece
e a Vida que nunca envelhece.
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