domingo, 22 de maio de 2011

Pena

Hoje uma pena apareceu em mim. E que pena não terem aparecido mais!

Sinto que o Pássaro que habita o meu ser começa a pôr para fora as suas Graças, as suas Asas. Não por ter despertado agora, pois nunca dorme, mas por ter encontrado uma brecha na dura casca que me envolve. Que O envolve!

As pesadas penas dos percalços da vida ajudaram-me a arrebentar a gaiola que teima em prender a original filiação humana. Ajudaram-me a iniciar o longo processo de virar Ave, de virar Filho, de criar asas.

E neste longo processo, vou voando por aqui, entre uma palavra e outra, entre um verso e outro. Voando, voando, voando... e batendo as asas que ainda não tenho, vou alcançando alturas. Alturas! Não como um Ícaro desesperado, mas como um Filho abençoado, em busca do Ninho que está no topo desta grande Árvore chamada Vida.

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