Quisera eu escrever
um texto sem eu.
Mas quando dei por mim,
eu já aparecia três vezes.
Só vi quando olhei pra trás,
enfadado de ver o branco
da folha na minha frente.
Continuei escrevendo.
E por mais clara que fosse a estrada,
no escuro eu estava.
Sozinho!
Acendeu a Graça na cabeça
e o "J" risquei.
Seguiram-se
"e",
"s",
"u"
e, pra inteirar,
risquei outro "s".
Alumiou-se a folha branca
e tudo virou dia
com o nome "Jesus".
Já não estava mais só.
E também não estava mais no começo.
Estava além,
acompanhado,
olhando pras linhas tortas
que eu não havia escrito,
percebendo que o lápis
estava na mão do Cristo.
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