quarta-feira, 18 de abril de 2012

Linhas tortas

Quisera eu escrever
um texto sem eu.
Mas quando dei por mim,
eu já aparecia três vezes.
Só vi quando olhei pra trás,
enfadado de ver o branco
da folha na minha frente.
Continuei escrevendo.
E por mais clara que fosse a estrada,
no escuro eu estava.
Sozinho!
Acendeu a Graça na cabeça
e o "J" risquei.
Seguiram-se
"e",
"s",
"u"
e, pra inteirar,
risquei outro "s".
Alumiou-se a folha branca
e tudo virou dia
com o nome "Jesus".
Já não estava mais só.
E também não estava mais no começo.
Estava além,
acompanhado,
olhando pras linhas tortas
que eu não havia escrito,
percebendo que o lápis
estava na mão do Cristo.

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