Jesus, como sempre, falante.
E falava de tudo, de um jeito todo especial.
Afinal, Ele é a Palavra em pessoa.
O Verbo, o Substantivo.
O Sujeito e o Predicado.
O Objeto Direto e o Indireto.
O Início e o Fim.
Sua voz chegava aos lugares mais íntimos do coração,
Transformando tudo,
Renovando tudo.
Vez ou outra fazia uma pausa.
E um silêncio profundo reinava.
Às vezes é tudo o que precisamos ouvir: o Silêncio.
Silêncio que também transforma, que também renova.
Tudo é graça!
Mas logo retomava o discurso e a conversa continuava.
A Mãezinha babava ouvindo o Filho falar.
Terço na mão, manto azul, véu branco como a neve.
Que linda!
Um cheiro de rosas no ar.
Cheiro de mãe.
Cheiro da Mãe.
Quando falava, também encantava.
Terá o Filho aprendido com Ela?
Ou foi Ela que aprendeu com o Filho?
A cronologia de Deus às vezes confunde.
Afinal, o tempo dEle é muito diferente do nosso.
E Ela doce, meiga.
Tão rainha e tão vassala.
Contrastes do Céu.
Só Ela interrompia o discurso do Filho,
Pra interceder por alguem além de nossa conversa.
Meu Anjo, ao meu lado, com os olhos fixos no Senhor.
Que exemplo de Adorador!
Quase não falou.
E quando voltava-se para a Mãe,
Fazia uma reverência digna de um bom súdito.
Amigo fiel,
Mensageiro de Deus.
Não saiu do meu lado um só minuto.
E eu? Ah, eu!
Era só alegria, diante de tão elevada companhia.
Não sabia se falava ou se só ouvia.
Esquecendo de ser Marta, aprendendo a ser Maria.
Desejando a graça da Sabedoria, do Amor e do Perdão, que emanava de tão Santa Reunião.
E a você faço um convite.
De desfrutar também de tão sagrada conversação.
Na Igreja mais próxima ou na capela ao lado.
No vazio da sala ou no escuro do quarto.
Em todo canto é possível uma conversa a quatro.
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