quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Homem de Barro

E eis que tudo estava criado. Opa, tudo não. Faltava uma planta. Uma planta não, um bicho. Um bicho não, uma coisa. Uma coisa não, um... Bem, não podia descansar, pois estava incomodado com a ausência de uma criatura. Mas o que seria? Deve ter olhos, pra poder contemplar tudo o que foi criado. Deve ter ouvidos, pra que possa Me escutar. Deve ter boca, pra que possa conversar Comigo. Deve ter pernas, pra que possa andar por toda a Terra e explorar os confins da Criação. Deve ter braços e mãos, pra poder cuidar de tudo. Deve ter inteligência, pra discernir o certo e o errado, pra criar e pra governar. E, claro, deve ter um coração, pra que possa Me amar e amar todas as criaturas - Assim pensou o Criador. Retirou um espelho do bolso e então fitou Sua Sagrada Imagem. Já sei! - Disse o Onipotente - Farei algo à minha imagem e semelhança! Um amigo, um filho! O esplendor da Criação! A minha obra-prima! Mas como o farei? Que substância utilizarei?

Como um excelente oleiro que É, juntou um pouco de barro e começou a modelar. Ao final, soprou nas narinas da forma criada o sopro da Vida e disse: Terás no teu íntimo a minha essência, para que Eu esteja sempre em ti e tu sempre em Mim. E quando quiseres ter Comigo, buscar-Me-ás, em primeiro lugar, dentro do teu coração. A criatura então abriu os olhos e levantou-se, fitando o Criador, que disse: Do pó tornei-te homem e por nome te chamo Adão. E pra completar tua feitura, dar-te-Ei um presente: recebe a liberdade, o livre-arbítrio, pra que não se sinta preso às minhas vontades. Mas usa-o com sabedoria!

Contemplando a obra acabada, olhou pra uma das costelas da criatura e disse: Hum, tive uma idéia!
Mas aí é outra história...

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