segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
O que vem de dentro
O que vem de dentro,
Vem como um mergulhador apnéico
Que emerge às pressas
Em busca do ar redentor.
Quando chega a superfície
E sacia a sede dos pulmões,
Sopra o Sopro Santo
Que pousa sobre a folha
De papel mais branca.
E movida pelo mesmo Sopro,
A folha voa aos mais distantes alguens,
Para mergulhar nas profundezas destes
E tornar-se, como fora no princípio,
Apnéico mergulhador.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Lágrima
Lá no escuro,
Nas profundezas do íntimo,
Onde se enterram as lembranças esquecidas,
Uma Centelha piscou.
As comportas dos sentimentos abriram-se e,
Num turbilhão de hormônios e neurotransmissores,
O que piscou viajou
Até atingir o sentido que tudo vê.
Misturou-se a um suco de água,
Sais e outras humanidades e,
Com a força que veio,
Rompeu a represa das pálpebras.
Rolou então suave, doce,
No rosto marcado pelas ranhuras do tempo
Até que, num salto,
Lançou-se a terra,
Para nunca mais voltar,
A lágrima que um cristão chorou.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
Brincadeira palavreada
Poeta: Oh, palavras,
Vamos brincar?
Trouxe lápis e papel,
Vamos começar:
Para poder palavrear palavras precisamos parar, pesquisar e, principalmente, provocar o parto dos pensamentos presos às profundezas da psique.
palavras: E para tanto, peçamos a Providência do Pai e a Perspicácia do Paráclito.
Poeta: Perfeito!
palavras: E com a Palavra,
Não vamos brincar?
Poeta: Não, com Esta não se brinca,
Se planta.
palavras: Mas não é planta!
Poeta: Mas é semente
Que cresce, floresce e amadurece,
E bendito aquele que nunca A esquece
E que sempre A obedece.
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Vento
Vento leve,
Leva tudo
Que deve ser levado
Às vidas que não te vêem.
Voa pelas veias
Onde vertem viroses
E vivifica
O que um dia já viveu.
Vai Vento
E nesta viagem,
Em forma de verso,
Varre as vias
Do meu viver.
E no verão que virá,
As pessoas verão
O Vento que veio
E que nunca se vai.
Vocês verão!
domingo, 16 de janeiro de 2011
Pés no chão
Quero ir para o Céu. E quero ir andando, caminhando. Um passo aqui, outro ali. Sem as carreiras desenfreadas do mundo apressado. Com a pressa, o desgaste me alcança. O caminho é longo. Preciso poupar forças.
Sei que a estrada é difícil. Além de íngreme, existem muitos espinhos. Ferpas de uma Cruz que foi arrastada por um Alguém. Alguém que nela padeceu. Terá sido mesmo uma Cruz? Ou terá sido uma Foice? Não é a foice um instrumento mais adequado para se abrir caminhos? Deixo esta pergunta aos teólogos. Há também pedras. Muitas! Algumas sabem até falar. Pedras que cortam, que machucam.
E não vou só. Vou levar Fulano, Sicrano, Beltrano e toda família Ano. Quantos puder levar, se o Dono da Casa permitir. Não gosto de viajar sozinho. Além disso, disseram-me que a Casa é grande. Enorme! Cabe muita gente. Uma Casa muito engraçada, que não tem teto, não tem nada, mas tem Tudo.
Bagagens? Só de mão. Um terço, uma Bíblia. Tudo mais, levo no coração. Ah, esse vai bem cheio!
Não sei quando vou chegar. E quem sabe o ano, o dia, a hora? Apenas Ele que Lá mora. Só sei que na derradeira hora, quero estar com os pés no chão, para dar um grande impulso para o Alto e segurar nas mãos do Pai.
Pra finalizar, aos poetas deixo um recado: chega de Pasárgadas! Vamos embora para o Céu. Lá sou amigo do Rei.
Sei que a estrada é difícil. Além de íngreme, existem muitos espinhos. Ferpas de uma Cruz que foi arrastada por um Alguém. Alguém que nela padeceu. Terá sido mesmo uma Cruz? Ou terá sido uma Foice? Não é a foice um instrumento mais adequado para se abrir caminhos? Deixo esta pergunta aos teólogos. Há também pedras. Muitas! Algumas sabem até falar. Pedras que cortam, que machucam.
E não vou só. Vou levar Fulano, Sicrano, Beltrano e toda família Ano. Quantos puder levar, se o Dono da Casa permitir. Não gosto de viajar sozinho. Além disso, disseram-me que a Casa é grande. Enorme! Cabe muita gente. Uma Casa muito engraçada, que não tem teto, não tem nada, mas tem Tudo.
Bagagens? Só de mão. Um terço, uma Bíblia. Tudo mais, levo no coração. Ah, esse vai bem cheio!
Não sei quando vou chegar. E quem sabe o ano, o dia, a hora? Apenas Ele que Lá mora. Só sei que na derradeira hora, quero estar com os pés no chão, para dar um grande impulso para o Alto e segurar nas mãos do Pai.
Pra finalizar, aos poetas deixo um recado: chega de Pasárgadas! Vamos embora para o Céu. Lá sou amigo do Rei.
sábado, 15 de janeiro de 2011
Flor do Ano
Às margens de um rio de Janeiro nasceu,
No Carnaval de Fevereiro cresceu,
E um Março de folhas logo apareceu.
Quando ninguém viu,
Uma flor então se Abril.
Em Maio ficou maior
E com Junho namorou,
Mas foi com Julho que se casou,
Pra Agosto do beija-flor,
Do rapaz, um admirador.
Em Setembro gineceu,
Em Outubro pólen deu,
Em Novembro sementeu,
E em Dezembro o Menino nasceu,
Pra iluminar o jardim meu.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
DES
Desentendimentos,
Desavenças,
Desilusões,
Desconsolos,
Desenganos,
Desencontros.
E nos desencontros da vida, encontrei-me com a Graça,
Que me ensinou a tirar o DES das desgraças para ficar
Apenas com o que restou.
E como é bom o que restou!
O que não restou:
Descarrilou,
Desmembrou,
Desmontou,
Desmoronou,
Despencou no abismo do desconhecido,
Onde reina o desapego e onde dormem, eternamente,
As descontroladas desesperanças.
domingo, 9 de janeiro de 2011
Poço
Oh, poço, querido poço
Por que teimo em te perseguir?
Quanto mais Jesus me tira,
Tanto mais insisto em cair.
Se ao menos tivesse água
Para minha sede aplacar.
Mas só tens tuas securas
Para minhas infelicidades saciar.
Ah, amigo poço,
Um dia tu irás ver:
Vou armar-me com uma pá
Para tua boca poder fechar.
Assim, de boca fechada,
Não poderás mais engolir
Este pobre, que tanto sofre,
Com os mergulhos que dá em ti.
Reis
Um rei,
Dois reis,
Três reis,
Magos reis.
Rei do ouro,
Rei do incenso,
Rei da mirra,
Presentes de reis.
Rei de Manjedoura,
Rei de Cruz,
Rei de Luz,
Rei Jesus,
Rei dos reis.
“Deus vos salve casa santa
Aonde Deus fez a morada.”
quinta-feira, 6 de janeiro de 2011
Descoberta
O ser humano passa a vida toda
Tentando descobrir quem realmente é.
Uns desistem no meio do percurso,
Outros vão até o fim.
Eu, não diferente do normal,
Também participo desta luta.
E nesta bendita peleja,
Nesta bendita sina,
Nesta bendita labuta,
Deus colocou em meu caminho
Benditas pessoas
Que, sem perceber,
Me ajudaram a descobrir e
A colocar no papel
O projeto do que sou:
Filho do Alto por vocação,
Analista por profissão,
Escrevedor por missão,
Poeta, quem sabe um dia, com o auxílio da Unção.
Tentando descobrir quem realmente é.
Uns desistem no meio do percurso,
Outros vão até o fim.
Eu, não diferente do normal,
Também participo desta luta.
E nesta bendita peleja,
Nesta bendita sina,
Nesta bendita labuta,
Deus colocou em meu caminho
Benditas pessoas
Que, sem perceber,
Me ajudaram a descobrir e
A colocar no papel
O projeto do que sou:
Filho do Alto por vocação,
Analista por profissão,
Escrevedor por missão,
Poeta, quem sabe um dia, com o auxílio da Unção.
Marias em Maria
* A minha Mãe
Maria de Raimundo
Maria de Maria
Maria de Quitéria
Maria de Rosa
Maria de Zulmira
Maria de Chico
Maria de Antônio
Fá de Lúcia
Maria de Nelson
Maria de Jacinta
Maria de Paulo
Maria de Sâmia
Maria de Brasão
Maria de Vânia
Maria de Chico Braga
Maria de Mariinha
Maria da Tapera
Maria de Icapuí
Maria Normalista
Maria da Farmácia
Maria do Cantinho
Maria de Enxaquecas
Maria de Coração
Maria de Coluna
Maria de Redução
Maria de Altos
Maria de Baixos
Maria de Lutas
Maria de Dores
Maria de Graças
Maria de Conquistas
Maria de Alegrias
Maria de Vitórias
Maria de Nivaldo
Maria de Alexandre
Maria de Karla
Mainha do Leo.
É tanta Maria,
Meu Deus do Céu!
Só o Senhor
Pra juntar todas
Em uma só:
Maria de Fátima,
Minha Mãe.
Maria de Raimundo
Maria de Maria
Maria de Quitéria
Maria de Rosa
Maria de Zulmira
Maria de Chico
Maria de Antônio
Fá de Lúcia
Maria de Nelson
Maria de Jacinta
Maria de Paulo
Maria de Sâmia
Maria de Brasão
Maria de Vânia
Maria de Chico Braga
Maria de Mariinha
Maria da Tapera
Maria de Icapuí
Maria Normalista
Maria da Farmácia
Maria do Cantinho
Maria de Enxaquecas
Maria de Coração
Maria de Coluna
Maria de Redução
Maria de Altos
Maria de Baixos
Maria de Lutas
Maria de Dores
Maria de Graças
Maria de Conquistas
Maria de Alegrias
Maria de Vitórias
Maria de Nivaldo
Maria de Alexandre
Maria de Karla
Mainha do Leo.
É tanta Maria,
Meu Deus do Céu!
Só o Senhor
Pra juntar todas
Em uma só:
Maria de Fátima,
Minha Mãe.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Terço
Creio na mudança do mundo.
Ah, Pai nosso que estais no Céu,
Como creio!
Ave Maria, Deus irá renovar!
Ah, Mãezinha, Jesus irá salvar!
Santa Maria, o Espírito Santo irá santificar!
Oh, Glória!
Contemplaremos a anunciação da Boa Nova,
A ressurreição das esperanças,
O batismo dos Filhos do Alto.
Oh, Pai nosso!
Ave Maria!
Glória à Santíssima Trindade!
Contemplaremos a visita da Graça,
A ascensão de nossas orações,
A transformação da água em Vinho da Vida.
Ah, Santificado seja Vosso Nome!
Ah, Cheia de Graça!
Como era no princípio, agora e para sempre!
Contemplaremos o nascimento de um Novo Tempo,
A vinda do Santo Espírito,
O anúncio do Reino.
E que venha a nós o Vosso Reino!
O Senhor é convosco, Mãe!
Ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, Glória!
Contemplaremos a apresentação do Menino,
A assunção da Bem Aventurada,
O corpo glorioso do nosso Salvador.
Seja feita a Vossa vontade!
Bendita sois vós entre as mulheres, Maria!
Pelos séculos dos séculos, Glória!
Contemplaremos o encontro com o Redentor,
A majestade da Virgem,
O Corpo e o Sangue oferecido por nós.
O Pão nosso de cada dia!
Bendito é o fruto do vosso ventre, oh Mãezinha!
Glória no mais alto dos Céus!
E no fim de todos os mistérios,
Gozosos, Gloriosos e Luminosos,
Os Dolorosos não mais existirão
Infinitas graças daremos a vós, Soberana Mulher
Por tua poderosa intercessão!
Salve, oh Rainha, Mãe de Misericórdia!
Um Novo Mundo, um Novo Tempo!
Amém!
Sopa
Panela, de barro, pra ficar original
Coloque água
Ou melhor, Água, com "A" maiúsculo
Sem Água, não dá!
Agora vamos aos ingredientes:
Alho, cebola, pimenta,
Cheiro verde, coentro e Sal da Terra.
Não exagere neste último, cuidado com a pressão!
Coloque uns fachos de Luz do Mundo e pronto,
Tá feita a base!
Adicione batata,
Cenoura e abóbora.
Um pouquinho de chuchu, não gosto muito.
"M" de Maria, de Mãe,
Nunca é demais.
"J" para não esquecer o Jejum,
"E" para o Espírito,
"S" para o Santo,
"U" para a Unção,
"S", mais um, agora para a Salvação.
Não leva carne,
Esqueça o que passou.
Livre-se das tentações e das paixões mundanas,
Não entram nesta receita.
No lugar, uma pitada de Cruz, pra engrossar o caldo.
E se no meio do preparo sentir sono,
Não desista, persevere!
Coloque um pouco de "h" no sono pra termos um sonho
E com mais um "s" podemos ter muitos sonhos!
Sonhar cai bem em qualquer receita!
Mexa rezando o terço,
Pra ficar cheia de Graça.
Após a Salve-Rainha,
Deixe em Fogo Alto e tenha paciência
Vai ficar pronta no tempo do Senhor!
Sirva bem quente
Morna, não dá!
Pão para acompanhar,
Redondinho, Branquinho
E não precisa abençoar
Já tá abençoada!
Bom apetite!
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