sábado, 26 de março de 2011

MAR














Ah, irmão MAR, um tal Francisco diria,
que alegria é estar de volta ao teu aprisco.
Mergulho agora no encanto do teu manto e me embalo no canto de tuas ondas.

Tua grandiosidade me remetes a grandiosidade do Criador.
Diante da tua face, percebo o quão pequeno sou
e lembro do tão esquecido Senhorio de nosso Redentor.

Não é a toa que estás até no nome da Bem-aventurada: MAR-IA.
Assim como ela, cheio de Graça.
Criatura, obra-prima das mãos do Senhor.

Tu, onde as redes são lançadas,
lança redes no meu ser, para pescar minhas desilusões
e guardá-las nos cestos da Misericórdia que te habitas.

Tu, que imitas o teu Mestre,
faz o milagre da multiplicação dos peixes,
o pão daqueles que vivem do teu sustento.

Por tudo isso, ó MAR, é que és divino,
divina criatura da divina Providência,
pedaço de céu que Deus deixou derraMAR.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Bicho que voa












De repente,
veio descendo do Céu,
num vôo singelo e gracioso.

Pairou sobre a minha cabeça e,
num rápido movimento,
pousou sobre a minha mão.

Fitou-me,
como se fosse pedir algo,
mas não pediu.

Cantou,
bicou,
pulou,
calou.

E eu,
chateado,
preocupado,
não dei trela ao pobre emplumado.

Olhou-me uma última vez,
ruflou as asas e partiu,
o bicho que voa,
chamado Graça.

Sol











Oh, insólita solidão,
que tão solenemente solidifica o coração,
solicito que te vás e me deixes só,   
pois o Sol, tão solidário,
já se encontra a soleira da minha porta,
para não me deixar solitário.