O relógio para.
São dez para o meio-dia.
A fome eterniza-se
nas barrigas da agonia.
A criança chora,
a mãe pede alforria.
O tempo não passa,
não chega o meio-dia.
A fome devora.
Peristáltica melodia!
A mãe procura em vão
o pai de sua cria.
O menino não resiste,
são dez para o meio-dia.
A mãe derrama lágrimas
sobre o manto que encardia.
Deus chora no céu
as dores que o homem cria.
O Pão que Ele repartiu
não chega a quem deveria.
E no seu divino relógio,
são dez para o meio-dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário