quinta-feira, 15 de março de 2012

Meia-titela

Deu-me na titela a ideia de ser poeta.
Bem no lado esquerdo,
onde vivem as borboletas e os rouxinóis.
Poeta de meia-titela!
Veio a lança, após a hora nona,
e transpassou-a.
Derramou-se um rio de Poesia.
Pela brecha aberta, voaram as borboletas,
cantaram os rouxinóis,
nasceram os girassóis.
Apareceu o joão-de-barro,
com a boca de terra,
e construiu o seu palácio.
Plácido.
Dum cuspe só!
Haja água a escorrer.
E não há tigela que retenha,
nem represa que convenha.
Só o mar de outra titela,
onde irá desembocar.
E um dia novamente irá jorrar,
quando a lança aparecer
e a meia-titela rachar.

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