quinta-feira, 31 de maio de 2012

Despertador

Queria escrever algo de encantador.
Qualquer coisa que despertasse o leitor.
Que transpusesse as redes da retina
e escoasse para o coração,
aquele órgão pulsador.
E que lá fosse transformado em calor,
fulgor, ardor, dor,
ou em qualquer outra coisa que lembrasse o Amor.
Assim, cumpriria devidamente
a minha sina de escritor,
que sou, ou que ainda não sou,
colocando sentimentos em folhas de papel.
Não estas folhas branquinhas
que costumamos beijar com
a ponta do lápis.
Mas aquelas folhas incolores,
que batem em peitos tão frios,
tão voláteis.

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