quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Carroça

Fome, miséria, violência, doenças, catástrofes. Eis a carroça de desgraças que assola a humanidade e a reduz a pó! E desiludidos, cansados e perdidos, perguntam os homens, com o peito cheio de razão: Por que Deus não freia este carro?

Ah, tantas perguntas a se fazer! Mas a acusadora questão de sempre invade os pulmões tuberculosos e explode num rompante: “Por que, Senhor?”. Pergunta que, direta ou indiretamente, atribui a Deus uma culpa que não é dEle. Nós e o nosso encardido vício de buscar nos outros a culpa que, quase sempre, não é dos outros. É nossa!

Mas enfim, por que mesmo Deus não pára esta carroça? Tomo aqui a liberdade de responder tal questão com algumas outras, para não fugir da esperada reação de um homem, posto que também faço parte desta humanidade: Deus tomaria de volta um presente dado aos homens? Seria esta uma atitude digna dAquele que é só Amor, o mais Puro Amor?

Caros irmãos, Ele, nosso Divino Criador, deu a nós uma charrete, chamada Livre-Arbítrio, para que pudéssemos enchê-la com coisas boas. Mas, infelizmente, fazemos mau uso desta dádiva. Por amor a nós, despiu-Se de sua condição de Onipotente para nos presentear com o poder de agirmos livremente. Um poder que só um Pai pode dar a um Filho.

Portanto, não são cavalos divinos que puxam este carro. São cavalos terrenos! São homens que matam os seus de fome. São homens que disseminam a miséria entre os homens. São os homens que produzem as armas, as drogas e todo o tipo de lixo destruidor. São homens que concentram o poder e o conhecimento nas mãos de poucos e privam os demais dos avanços da Ciência e da Medicina. São os homens que disseminam os desentendimentos, as desavenças, as desilusões, as desgraças. O “des” não vem de Deus. A Graça sim, é Fruto de Suas Mãos. E não quero imaginar o quão triste Ele fica diante de tal postura nossa. Para que possa atingir um Ser Infinito, deve ser uma tristeza profunda!

Ah, Senhor, perdoai-nos! Ocupados com as humanas artes de acusar, questionar e acelerar, nos esquecemos das Divinas Artes de Assumir, Solucionar e Frear.

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